O sapo não tinha muitas ocupações se não estar na Lagoa e garantir o alimento de cada dia. Tido por selvagem e medroso, evitava os grandes perigos da selva e preferia água, pois se algum inimigo se aproximasse ele logo isto faria o peito para que não fosse devorado estaria a salvo. Ainda tinha a vantagem de algum deles morrer afogado na lagoa.
A abelha sobrevoava veloz a região e sempre avistava o sapo meio paradão e aparentemente preguiçoso. Um dia resolveu diminuir seu ritmo agitado e fazer uma paradinha para conversar com ele:
— Olá, Sr. Sapo. O senhor sempre parece tão parado, de peitado estufado e só mexe a língua para comer os mosquitos que passam.
O sapo sorriu e geralmente respondeu:
— Olá, Srta. Abelha! A senhora sempre parece tão veloz e sem tempo para outra coisa senão ir até o pólen da flor.
A abelha então parou e pensou:
— Talvez eu precise ser um pouco como o senhor, sábio sapo e contemplar as coisas simples da vida, como o lindo pôr do sol que ilumina as flores perto da lagoa onde o sapo mora. Não devia falar mal do sapo, pois sequer o conheço direito.
Daquele dia em diante os dois ficaram muito amigos e abelha parou para escutar o senhor sábio sapo e aprender com seu ensinamentos.
Em uma destas conversas, o sapo contou-lhe da alegria de uma memória que brotou em sua mente:
— “Meu filho, nós sapos temos uma fama de sermos parados e preguiçosos e só viver na lagoa, mas muitos esquecem da grande sabedoria que Deus nos deu. Ambos são importantes: os que fazem depressa as coisas como asa abelhas e os que observam e agem no momento oportuno como nós sapos.
Nós não podemos voar, mas podemos saltar alto e longe caso se aproxime o perigo.
As abelhas voam rápido, alto e longe, ainda podem usar o ferrão para livrar-se do perigo, mas são frágeis e pequenas.
Do seu árduo trabalho Deus faz nascer belas flores que vemos aqui da nossa lagoa. Aquela recordação abrilhantou a conversa daquele dia e no mesmo instante a veloz abelha e o sábio sapo viram nascer uma bela flor nas margens da lagoa.